Vou contar-lhe uma
história
Pra ocê apreciá
Sobre uma Flor de Lírio
Que amou um Sabiá
No correr desse cordel
Tudo se explicará.
Foi na Serra da Barriga
Que o encontro
aconteceu
Sabiá viu Flor de
Lírio
E seu coração bateu
Mas a bela em seu canto
Nem se quer o percebeu.
Sabiá olhou direito
E achou a Flor formosa
Toda aberta, exposta ao
sol
Bem bonita e caprichosa
E pensou com seus
miolos:
-Ela deve ser dengosa.
Mas a Flor em seu
cantinho
Tinha presa sua raiz
Tava sendo bem regada
E quiçá tava feliz
Sua água era de longe,
Mas queria um chafariz
Sabiá namorador
Também era enraizado
Debochava do amor
E cantava adoidado
Não podia ver uma flor
Que mandava seu recado.
Mas a bela Flor de
Lírio
Ficou na sua memória
Desejava com a Flor
Construir uma história
Dar um beijo na donzela
Lhe seria uma vitória.
E pensou consigo mesmo:
-Essa Flor tem que ser
minha!
Vou cantar-lhe uma
canção
Bem singela e
bonitinha,
Vou levá-la pro meu
ninho
Que é pra ser minha
rainha.
Flor de Lírio
distraída
Foi vivendo sem notar
Que esse Sabiá danado
Queria lhe cortejar
Tanto em forma de
gracejos
Quanto pelo seu olhar.
Era um sorriso daqui
Um olhar de acolá
E a Flor sem entender
Só sorria ao Sabiá
Que pensava: - Qual o
rumo
Que essa história
tomará?
Quando foi um belo dia
O destino resolveu
Que a hora do encontro
Deveria ser no breu
E foi longe, no escuro
Que o encontro
aconteceu.
Flor de Lírio ficou
muda
Ao cruzar o seu olhar
Com o olhar do
passarinho
Que queria lhe beijar
Mas não era ainda a
hora
Nem ali era o lugar.
Bem confusa com o
momento
Bela Flor voltou
pensando
-Será que esse Sabiá
Já andou me
paquerando?
Ele até que é bem
formoso,
Vou ficar observando.
As raízes dessa Flor
Já estavam ressecadas,
A terra ficou bem dura
E as pétalas fechadas
O sol tava maltratando
E não era mais regada.
Sabiá mudou de ninho
Mas de coração
fechado
Era quase impossível
Ele estar apaixonado
Só vivia seu momento
Sem deixar ser
amarrado.
Suas asas ajudaram
A chegar mais perto
dela
Pouco a pouco, galho em
galho
Paquerando na janela
Onde ela sempre estava,
Cor vermelha e amarela.
Flor de Lírio nem
sonhava
Que ele sabia cantar
Sabiá sempre discreto
Nem se quer tentou
mostrar
Um pouquinho do talento
Que vivia a preservar.
Nas esquinas dessa vida
Seus caminhos se
cruzaram
Em um dia de domingo
Finalmente se tocaram,
Explodiu o sentimento
Do jeito que não
sonharam.
Desse dia em diante
Flor de Lírio percebeu
Que não foi simples
acaso
Tudo que aconteceu
Corações se
engalfinharam
E algo novo ali nasceu.
Sabiá todo medroso
Nem podia acreditar
Que corria grande risco
Dele se apaixonar
Foi voando com cuidado
Pra poder não se
amarrar.
Flor de Lírio se
livrou
Do vaso que lhe prendia
Pois queria o Sabiá
Dia e noite, noite e
dia,
Enfeitar seu belo ninho
Era tudo que queria.
Esse pássaro matreiro
Ainda tava enrolado
Nas palhas do velho
ninho
Onde havia antes
pousado
Desejava ficar livre
Pra voar mais
sossegado.
Depois de estarem
juntos
Sem passado no presente
Sabiá olhou em volta
E pensou bem de
repente:
- Eu preciso voar só
Que assim não to
contente.
Flor de Lírio ficou
triste
Mas em todo seu penar
Entendia que as asas
Foram feitas pra voar
E se assim estivesse
escrito
Sabiá ia voltar.
Quinze dias se passaram
E a Flor entristecida
Enquanto ele voava
Repensando sua vida,
Mas a sua Flor menina
Não foi nunca
esquecida.
Se encontraram
novamente
E ali houve verdade
Se abraçaram sem
demora
Quase mortos de saudade
Se uniram pra valer
Deixando de ser metade.
E então o Sabiá
Repousou logo no ninho
E abriu seu coração
Pra que a Flor livre de
espinho
Pudesse ser companheira
No correr de seu
caminho.
Hoje em dia a alegria
Está com os dois a
sobejar
Um futuro bonitinho
Eles querem planejar,
Sabiá com Flor de
Lírio
Quer um dia se casar.
Pois lhe digo que o
amor
É coisa que não se
explica
Até coração de pedra
Ele vai e modifica,
E a raiz que estava
morta
É o amor que vivifica.
Quem já viu um Sabiá
Se encantar por uma
Flor?
Eu lhe digo, meu amigo
Isso é culpa do amor
É doença que não
cura
Nem tendo o melhor
doutor.
Um sorriso e um cantar
Despertou essa paixão
Que é um tanto
inusitada
Mas tocou o coração
Igualdade e diferença
É que fez essa união.
Vou deixar uma lição
Antes de finalizar:
A beleza dessa vida
Se resume em amar
E até em uma rocha
O amor pode brotar.
Só desejo eternidade
E um punhado de amor
Pra esse romance lindo
Onde o tempo foi senhor
Um “felizes para
sempre”
Para o Sabiá e a Flor.
Manu Preta.
Ps.: Eis aqui, meus caros leitores, um poema de amor.
E aííí, preta? Tu tá boa? A Mi veio me mostrar uma postagem do seu blog, sobre os professores... Eu curti pra cacete, gostei da métrica! Esse eu ainda não li, mas assim que eu tiver um tempinho, o faço! Beijão e lembre-se: "Todo Preto é Um Só" ;D MUITO AXÉ PRA TI, BONITA!
ResponderExcluirOw cunhado, valeu pelo click! Vou curiar o seu tbm, afinal, todo preto eh um só! Esse ai eh sobre uma certa historia de amor... Da uma lida! :) bjo!
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