sábado, 29 de maio de 2010

Interrogação.


O destino não erra.
Nós que nos precipitamos. Ele não errou quando escreveu 'eu e você'.
Bastou apenas um olhar, um momento... ou eu diria que bastou apenas uma
pergunta? Sim, a pergunta! Você perguntou e eu te respondi da melhor forma que eu poderia responder... Uma pergunta não muda nada, é necessário uma resposta.
E essa resposta eu dei. E não preciso responder mais nada. Minhas atitudes falam por mim, meus olhares, meus beijos e meus sentidos. E eu não direi mais nada,
a não ser que você peça. A não ser que você pergunte. E de certo, a resposta vai ser
sempre a mesma... a mesma resposta com que tudo começou.
A mesma resposta que quero dar-te todos os dias, em silêncio, de olhos fechados.
E acompanhada, quem sabe um dia, de uma palavra de três letras...


-Manuela Cecília.

terça-feira, 25 de maio de 2010

L I B E R D A D E.


Livre. Essa é a palavra que me define. Sou livre em prática e teoria. Se eu não quero ir, eu não vou. Mas se quero ir, vou mesmo sem avisar. Não há lugar que me prenda. Fico por tempo indeterminado onde eu me sinta bem, e quando o ninho já não me conforta, alço vôo. Tenho asas grandes e visão panorâmica. Pouso em galhos onde sinto segurança, e não espero que eles quebrem pra que eu procure outro.
Gosto do contrário, gosto do detestável, do esquisito. Odeio matemática. Nasci com o dom das palavras, talvez isso explique minha aversão aos números. Hoje estou, amanhã posso não estar mais... É difícil aprisionar os que tem asas.


-Manuela Cecília.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Horizonte Distante


Hoje estou cheia de palavras. Amo Caio Fernando Abreu, Chico Buarque e Marisa Monte, mas não me utilizarei das palavras de nenhum deles para explodir as sensações que me consomem.
Vejo em minha frente um futuro promissor, ao meu redor um presente conturbado, e nas minhas costas, um passado que me fez crescer.
Hoje eu acordei com lágrimas nos olhos, aqueles dias, sabe, que você acorda pedindo pra morrer, que quer se afogar no primeiro copo de uísque que encontrar na frente.
Levantei-me e fui ver o sol em meu quintal, como de costume. Passei o dia pensando, sonhando e planejando o que vou fazer nos próximos 7 meses.
Meu coração quer voar, quer ganhar novos rumos, a cidade maravilhosa. Aqui tornou-se pequeno pra mim. Mas, quando estou quase tirando meus pés do chão... minhas raizes me prendem e me lembram que eu tenho um motivo pra ficar.
Eu tenho uma mãe que entre trancos e barrancos nunca encolheu sua mão pra me abençoar e que precisa de mim, tenho um cachorro que entra em depressão quando passo uma semana longe, tenhos amigos que conquistei no amor e na dor, tenho minhas praias, meu céu, minha cama, minha lua, meu lugar.
Me olho e me pergunto como será viver longe de tudo isso, as cartas e os telefonemas não serão suficientes, a saudade vai me arrebatar de volta em questão de segundos... é o amor que me prende. O amor àquilo tudo que já conquistei, àqueles que cuidam de mim e que me fazem sentir lembrada. O que me prende é sua ligação na madrugada dizendo: -"Eu não quero que você vá."
Mas, e se eu for? As estradas estão na minha frente, e se eu der um único passo já não estarei no mesmo lugar.
Eu vou, e vou ficando. Metade de mim vai permanecer aqui, dentro de cada pessoa que eu amo. Dentro dos meus 10. Os meus 10 amores, aqueles que passaram pela peneira e ficaram. Os outros, caíram, se foram.
É isso que me leva, novos rumos, aventura, a vida, a música, o teatro... o amor pelo que eu faço. Porquê eu faço algo por mim mesma. Eu não quero fazer o que você faz, eu quero mostrar o que eu sei fazer. Sou um peixe grande em um pequeno aquário, e eu preciso de espaço pra nadar.
E eu vejo todos os dias que o lago em que você encalhou já não serve mais pra mim.

-Manuela Cecília.

domingo, 9 de maio de 2010

Um grito silencioso;


Há um vazio. Um espaço em branco, que qualquer tentativa de fuga não preenche. Qualquer busca é inútil, por mais que eu jogue areia nesse buraco, ele vai continuar sempre vazio. Um poço sem fundo, uma ferida incurável, uma dor imensa que cala e exalta gritos de desespero.
Me utilizo de uma máscara chamada sorriso pra enfrentar de frente o mundo e dar a todos que me amam a impressão de que sou feliz, mas meus olhos me traem por diversas vezes, e me sinto envergonhada por isso. Volta e meia caio no vazio que há dentro de mim, e as vezes encontro dificuldade de deixá-lo.
Dói quando se tem a ferida cutucada. Dói não ter métodos para curá-la.
Só há uma coisa que ainda me impede de entregar-me a total loucura: O amor e confiança que meus amigos cegamente depositam sobre mim. O amor que sinto quando vejo sorrisos estampados ao me avistar de longe e aquele abraço que fala por um batalhão de palavras. A confiança de olhar em meus olhos abatidos e dizer: -"Eu sei que você vai conseguir", o amor de me ligar pra me chamar pra correr na praia em pleno dia de chuva, pois sabem o quanto eu me sinto bem fazendo tal estripulia.
É o amor que ainda me mantém viva. A presença de anjos caídos que se tornaram seres humanos e vierem me trazer dias de glória.
Mesmo voltando ao meu ninho e encontrando o mesmo vazio de sempre, a ferida latejante e a dor incessável, vale a pena colocar diariamente os pés na rua, sentir o sol queimar minha pele e ir em direção àqueles que sempre me fazem ver que eu ainda preciso viver.


-Manuela Cecília.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Insônia;


Óh! Baby, é madrugada
E o sono ainda não chegou.
O pensamento viaja e eu sozinha em minha cama
Posso te sentir bem perto.
Os pêlos, o cheiro, o toque,
Fechei meus olhos e meu corpo pôde sentir o teu,
As pernas se entrelaçaram,
Teu suspiro em minha orelha fria
Me fez arrepiar.
Te senti dentro de mim,
Senti tuas mãos passearem em meu corpo.
A adrenalina do momento me fez transpirar,
Momento de desejo, loucura e prazer.
O corpo parou, imóvel, como em um transe.
O coração em desespero bateu aceleradamente
Fazendo meu sangue correr
Com mais pressão em meu corpo.
Virei-me, te abracei, pude sentir tua presença.
Sei que mesmo dormindo você sentiu
Meus braços trêmulos te abraçarem com fervor.
Levantei-me, acendi um cigarro e observei
A chama acesa que queimava como o meu ser.
Olhei o céu e as estrelas pareciam
Escrever teu nome entre as nuvens.
Busquei desesperadamente a lua, mas, assim como tu,
Ela não estava lá.
Baby, tu dormes, e eu velo teu sono.
Abraçada em teu corpo, encostada em teu seio,
Em silêncio e sem que tu me percebas.
Te olho dormindo, te dou meu sorriso
E enfim posso dormir.


Manuela Cecília.