Vou pisando
de mansinho
Com respeito
e humildade
Peço
permissão ao povo
Que habita
essa cidade
Pra que eu
fale coisa breve
Da nossa
ancestralidade.
A gente de
pele negra
Que jamais
foi esqueida
Fez história
e travou lutas
Lá na Serra
da Barriga
Mas chegou o
povo branco
E a batalha
foi vencida.
Se passaram
muitos anos
E as coisas
acontecendo
Repressão
pra todo lado
E o negro ía
sofrendo,
Mas tudo que
ele plantou
Nessa terra,
foi nascendo.
Tu trabalha,
negro escrevo
Se tu quiser
batucar
Vá pedindo
sua força
A Xangô pra
tu lutar
Que a
justiça logo em breve
Da pedreira
vai rolar.
O tambor
silenciado
Reprimiu as
Alagoas
Que levava
oferendas
Em seus
barcos e canoas
Pra saudar
Mãe Iemanjá
Proferindo
suas loas.
Mas o fruto
que plantaram
Não ficou só
na semente
O couro foi
esticado
E o Mestre
lá na frente
Fez surgir
esse batuque
Nessas
terras novamente.
O maracatu
nas ruas
De baque
solto e virado
Fez tremer
pernas e braços
Pra tudo
quanto foi lado
Trazendo
toda energia
De quem fez
nosso passado.
Abençoados
pelos negros
E o Caboclo
caçador,
Vamos
fazendo batuque
Com respeito
e muito amor
Pra trazer
toda lembrança
Desse povo
sofredor.
Somos
vermelho e amarelo
Mas o povo é
misturado
Tem gente de
pele branca
E o cabelo é
enrolado
Pois a alma
é colorida
E o sangue é
variado.
Quando o
Mestre lá na frente
Faz soar o
seu apito
O som do meu
Coletivo
Mais parece
que é um grito
E é nessa
vibração
Que com fé
eu acredito.
Rssa terra
vai tremer
E a poeira
levantar
Quem chorou
já vai sorrir
Quem morgou
vai se animar
Pois é um
batuque forte
Que já vai
se apresentar.
Esse é o
grupo Coletivo
Que veio pra
batucar
Do mais
velho ao mais novo
Não se
acanhe em dançar,
Quem souber
alguma letra
Nos ajude a
cantar.
Com licença
eu me retiro,
Peço a
benção e muito axé,
Fiquem de
olhos abertos
E a orelha
bem em pé
Que agora
entra em cena
O meu
AfroCaeté!
Manu Preta
Manu Preta
Nenhum comentário:
Postar um comentário